Neste artigo vamos nos aprofundar no emocionante mundo de Bantus, um tópico que chamou a atenção de milhões de pessoas em todo o mundo. Desde as suas origens até ao seu impacto na sociedade atual, Bantus tem sido objeto de debate, análise e reflexão. Ao longo das próximas linhas exploraremos suas múltiplas facetas, desvendando seus mistérios e descobrindo suas possíveis implicações em diferentes áreas. Qualquer que seja o seu interesse em Bantus, temos certeza de que este artigo fornecerá informações valiosas e novas perspectivas sobre este tópico fascinante.
Nota: Para o grande conjunto de línguas do grupo nigero-congolês oriental faladas na África, veja Línguas bantus.
Os bantus ou bantos constituem um grupo etnolinguístico localizado principalmente na África subsariana e que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes. A unidade desse grupo, contudo, aparece de maneira mais clara no âmbito linguístico, uma vez que essas centenas de grupos e subgrupos têm, como língua materna, uma língua da família banta.
Etimologia
A palavra "bantu" é derivada da palavra ba-ntu, formado por ba (prefixo nominal de classe 2) e nto, que significa "pessoa" ou "humanos". Versões dessa palavra ocorrem em todas as línguas bantus: por exemplo, como watu em suaíli; Muntu em quicongo; batu em lingala; bato em duala; abanto em Gusii; andũ em quicuio; abantu em zulu, quitara, e ganda; vanhu em xona; Batho em sesoto; vandu em alguns dialetos luia; mbaityo em Tive; e vhathu em venda.
História
Os bantus são provavelmente originários dos Camarões e do sudeste da Nigéria. Por volta de 2 000 a.C., começaram a expandir seu território na floresta equatorial da África central. Mais tarde, por volta do ano 1000, ocorreu uma segunda fase de expansão mais rápida, para o leste, e finalmente uma terceira fase, em direção ao sul do continente, quando os bantos se miscigenaram. Os bantos se misturaram então aos grupos autóctones e constituíram novas sociedades.
Enquanto os bosquímanos e hotentotes eram nômadescaçadores-coletores e pastores, os bantos eram agricultores sedentários e já conheciam o uso do ferro. Esses avanços lhes permitiram colonizar um amplo território, ao longo de aproximadamente quatro mil anos, forçando o recuo dos povos nômades. No entanto, os bantos absorveram alguns fenômenos linguísticos típicos das Línguas coissãs, como o clique.
Embora não existam informações precisas, o subgrupo etnolinguístico banto mais numeroso parece ser o zulu. A língua zulu é a mais falada na África do Sul, onde é uma das 11 línguas oficiais. Mais da metade dos 50 milhões de habitantes da África do Sul é capaz de compreendê-la; mais de nove milhões de pessoas têm o zulu como língua materna, e mais de 15 milhões falam o zulu fluentemente.
Em direção dos séculos XVIII e XIX, o fluxo de escravos bantus do Sudeste africano aumentou com o aumento do OmaniSultanato de Zanzibar, com sede em Zanzibar, na Tanzânia. Com a chegada dos colonizadores europeus, o Sultanato de Zanzibar entrou em conflito direto no comércio e na concorrência com portugueses e outros europeus ao longo da Costa Suaíli, levando eventualmente à queda do sultanato e ao fim da negociação de escravos na costa suaíli em meados do século XX.
Na década de 1920, os sul-africanos relativamente liberais, os missionários e a intelectualidade negra começaram a usar o termo "bantus" e termos mais depreciativos (como "Cafre") para se referir coletivamente aos bosquimanos sul-africanos. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Partido Nacional governista adotou oficialmente o seu uso, enquanto o crescente movimento indígena apoiado pela União Soviética e seus aliados liberais adotaram o termo "negro", de modo que "bantus" tornou-se identificado com as políticas do Apartheid. Na década de 1970, o termo "bantus" estava tão desacreditado como uma designação etno-racial que o governo do apartheid mudou para o termo "preto" em suas categorizações raciais oficiais, restringindo-a a africanos que falavam idiomas Bantu, mais ou menos na mesma época em que o Movimento da Consciência Negra liderado por Steve Biko e outros estavam definindo, como Black ("preto"), o conjunto de oprimidos sul-africanos (negros, mestiços e indianos).
↑Roland Oliver, et al. "Africa South of the Equator," in Africa Since 1800. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005, pp. 21
↑Roland Oliver, et al. "Africa South of the Equator," in Africa Since 1800. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005, pp. 23
↑Roland Oliver, et al. "Africa South of the Equator," in Africa Since 1800. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005, pp. 23.
↑ abRoland Oliver, et al. "Africa South of the Equator," in Africa Since 1800. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005, pp. 24-25.
↑ abRoland Oliver, et al. "Africa South of the Equator," in Africa Since 1800. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2005, pp. 25.
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