Capital intelectual

Falar sobre Capital intelectual é aprofundar um tópico interessante e em constante evolução. Desde a sua criação, Capital intelectual tem despertado o interesse de especialistas e fãs, que investigaram os seus múltiplos aspectos e dimensões. Neste artigo exploraremos vários aspectos de Capital intelectual, desde seu impacto na sociedade até suas possíveis aplicações futuras. Através de uma análise detalhada, pretendemos oferecer uma visão abrangente de Capital intelectual, abordando tanto o seu passado como o seu presente e projetando o seu potencial desenvolvimento.

Capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações, ou seja, a soma do capital humano e o capital estrutural. Pode ser definido como seres humanos. Esses conhecimentos podem ser tácitos - advindos das experiências ao longo da vida, ou explícitos - são estruturados, criptografados e armazenados, sendo possível sua transmissão a outras pessoas.

Conceito

Representação do cérebro principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados. Filosoficamente ele representa o centro intelectual humano.

É um conjunto de informações que são adquiridas, aprimoradas e transformadas em conhecimento pelos indivíduos ao decorrer dos anos. Na linha do tempo, essas informações podem ser modificadas através de treinamentos, experiências, pesquisas, reciclagens e pelo meio ambiente.

Todas as pessoas possuem um potencial intelectual, seja em grau de conhecimento, criatividade, competência e habilidades, que podem ser semelhantes ou bem diferentes umas das outras. Esse potencial é desenvolvido com o tempo e começa ainda na infância, tendo influência da cultura local e global, dos pais, familiares e amigos.

O conhecimento é um capital ilimitado que, quanto mais trabalhado, mais se desenvolve, principalmente na era digital em que vivenciamos e por isso, o conhecimento não pode ficar estagnado. Vale ressaltar também que, aquele que obtém o maior capital intelectual consegue se destacar e adquirir um maior valor no mercado.


História

Ao olhar para a evolução da sociedade, observa-se que grandes foram as transformações nas diversas camadas sociais. Diante disso, o questionamento que se levanta é: todas essas modificações ocorreram por si só ou se devem à participação humana? É nítido que todos esses acontecimentos contaram com a contribuição humana por meio de seus feitos, experiências, conhecimentos e ações. Assim, percebe-se que o capital intelectual originou-se na antiguidade e está evoluindo ao longo das gerações. 

Voltando as origens do universo, uma das teorias usadas para explicar o surgimento da raça humana é a criação divina, por meio do qual o homem é diferenciado dos demais animais por possuir intelecto. Essa visão criacionista predominou até o século XIX, porém, com a necessidade de mudanças e em busca de novos conhecimentos, surgiu a crença científica, que é dividida em três períodos:

  • Paleolítico: Também conhecido como idade da pedra lascada, foi o período em que o homem utilizava suas habilidades para manter sua sobrevivência. Assim, instrumentos eram utilizados para suprir suas necessidades, tanto de moradia como também alimentares.
  • Mesolítico: Passou-se a manipular o meio ambiente e as ferramentas que já eram utilizadas foram sendo aperfeiçoadas.      
  • Neolítico: Chamado também de idade da pedra polida, pois os homens aprenderam a polir e afiar pedra e assim aumentaram o controle sobre a natureza.

Conforme demonstrado acima, o capital intelectual se manifestou em cada período de forma diferente, fazendo parte do desenvolvimento de toda a história da humanidade. Com o aparecimento da escrita e mais tarde com o capitalismo, a ascensão do capital intelectual ocorreu de forma mais intensa.

A globalização é outro fenômeno que faz parte do desenvolvimento e das mudanças que envolvem o capital intelectual. Com a quebra de paradigmas, a troca de conhecimentos entre as diversas nações possibilitou a abertura para novas experiências e a aproximação com outras culturas, abrindo um leque para novos conhecimentos.

Como se pode ver, a expressão "Capital intelectual" data de tempos antigos, porém, seu conceito passou a ser explorado, de fato, nos anos oitenta, mais especificamente em 1986, onde através da publicação do livro The Know-How Company, de Sveiby passou-se a reconhecer os ativos intangíveis como recursos. Assim, deu-se uma abertura maior para a discussão sobre a intangibilidade e o gerenciamento do capital intelectual e as dificuldades de sua mensuração. 

O capital intelectual e as organizações

Representação dos recursos humanos em uma organização, valorizando o capital intelectual de cada indivíduo.

Dentro das organizações, o capital intelectual é a soma do conhecimento de todos. Ele constitui a matéria intelectual-conhecimento, informação, propriedade intelectual e experiências que podem ser usadas para gerar riquezas.

O intelecto organizacional é formado principalmente pelo conhecimento que tem se renovado a cada século com o aprimoramento do método de trabalho e das tecnologias. Após a padronização das atividades realizadas na Revolução Industrial por meio do método criado por Taylor, os produtos vendidos tornaram-se parecidos, sem nenhum diferencial, fazendo com que o cliente se tornasse mais exigente e que as empresas buscassem pessoas com conhecimentos diferentes para tornar seu produto exclusivo, chamando assim novamente a atenção de possíveis investidores e novos fregueses, tornando o mercado mais competitivo. Desta forma o capital intelectual passou a ser o foco das empresas.

O Capital Intelectual que está na mente das pessoas, atualmente é considerado o recurso mais importante que uma organização pode ter. Admitindo a importância do Capital Intelectual, este é denominado como a nova vantagem competitiva, ou seja, um diferencial na obtenção de sucesso e recursos de uma instituição. Pode-se dizer que é através do capital intelectual que uma empresa consegue se desenvolver e se destacar no mercado em que atua, porém, isso não deixa de lado os demais recursos.

No período industrial, consideravam-se como recursos de uma organização apenas os recursos físicos como terra, capital e trabalho, mas com a transição do período industrial para o período do conhecimento, o intelecto também passou a ser valorizado, haja vista que poderia ser um diferencial para as organizações. Sendo assim, o capital intelectual dos indivíduos passou a ter grande importância.

A gestão do capital intelectual dentro das organizações tornou-se crucial, revelando a necessidade de buscar recursos para incentivar os funcionários a compartilharem conhecimento, abarcando desde cargos de diretoria a chão de fábrica. Desta forma, a instituição retém o know-how e obtém ideias para possíveis melhorias e redução de custos.

Como o capital intelectual é bastante complexo para ser mensurado, o conceito de gestão do conhecimento foi criado com o intuito de auxiliar as organizações na utilização de meios que organizassem melhor esse intelecto, de forma a não deixar ideias soltas, sem foco e bagunçados dentro da mente das pessoas. A organização procura assim desenvolver e absorver ao máximo esse conhecimento, não o deixando somente na cabeça das pessoas, mas podendo assim cruzar informações e tomar atitudes mais assertivas, o que ajudará a compreender e atender melhor os clientes.

Para obter eficácia na transmissão e gestão dos conhecimentos individuais e coletivos no interior organizacional, se faz necessário à criação de recursos como uma expressão clara e objetiva, intercâmbio entre todos os setores da empresa, guias impressos, interações promovidas pela organização, sendo que grande parte do conhecimento adquirido provém do tácito, ou seja, da prática e para ser considerado uma vantagem tem que apresentar difícil imitabilidade, raridade e valor.

É importante destacar que o capital intelectual não pode ser um conceito pensado em função apenas dos interesses empresariais. A história tem mostrado que vivemos num contínuo jogo de disputas pela dominação do homem pelo próprio homem, inclusive, nas relações profissionais das organizações contemporâneas. Por isso, a visão de capital intelectual também deve ser pensada como maneira estratégica de emancipação humana, uma vez que é um recurso, em primeiro lugar, dos seres humanos, de cada indivíduo.

Ver também

Referências

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  9. FLEURY. Maria Tereza Leme. Gestão Estratégica do Conhecimento. São Paulo: Atlas, 2001.